Você sabia que no Brasil a aspiração de corpos estranhos está entre as cinco principais causas de acidentes na população infantil e a terceira principal causa de morte acidental? As crianças menores de 3 anos são as mais acometidas, e o risco de óbito é maior nas crianças menores de 1 ano, pois nas crianças mais novas a frequência respiratória é mais elevada, há uma imaturidade nos mecanismos de mastigação e deglutição e o reflexo laríngeo e tosse podem ser ineficazes.

A maior parte desses acidentes ocorre em ambiente doméstico e na presença de um adulto vigilante no ambiente. 80% dos acidentes ocorrem com objetos orgânicos, no Brasil os mais comuns são: amendoim, feijão e o milho e eles tendem a causar reações inflamatórias locais mais importantes. Os outros 20% são causados por imãs, fragmentos de balões, baterias, tampa de caneta, brincos e brinquedos pequenos.

Os pacientes podem apresentar uma história de engasgo, sufocamento, tosse repentina, estridor, sibilos, tiragem, entre outros, mas até 40% podem não demonstrar sintomas claros no período inicial, e se apresentarem somente na forma de complicações: pneumonias de repetição, bronquiectasias, pneumotórax, abscessos, entre outras.

Um estudo recente que avaliou o conhecimento de pais e cuidadores sobre a aspiração de corpos estranhos demonstrou uma média de 33,8% de desconhecimento sobre o tema, sendo que as medidas de prevenção (tipos de objetos mais aspirados e mais perigosos, situações que aumentam a chance de aspiração, como chorar, andar e gargalhar com objetos na boca) e os sintomas de aspiração foram os mais deficientes.

Destaca-se, portanto, a necessidade de reforço de medidas educativas, que visem a melhor orientação de pais e cuidadores a fim de reduzir a incidência de aspiração de corpos estranhos na população pediátrica.

No Link a seguir mais informações sobre o tema:

https://dontchoke.ubc.ca/pt/

Fonte: Soares B, Fares N, Peluso R, Oliveira K, Galvão Filho A, Avelino M. Aspiração de corpo estranho em crianças: avaliação do conhecimento de pais e cuidadores. Residência pediátrica. 15 de junho de 2020.