A triagem auditiva neonatal universal (TANU) é fundamental para detecção, diagnóstico de perda auditiva e intervenção precoce.

Porém, a criança que passou na TANU pode ter alguma afecção que cause perda auditiva e ainda não se manifestou, e por isso, devem ser acompanhadas.

Existem algumas perdas auditivas que são progressivas. Dessa maneira, mesmo que as otoemissões acústicas estejam presentes ao nascimento, a criança pode manifestar algum grau de perda auditiva após meses ou anos.

Isso ocorre devido doenças genéticas não sindrômicas ou genéticas sindrômicas; infecções congênitas, mais comumente pelo citomegalovirus; e mais raramente, por doenças autoimunes.

As alterações genéticas não sindrômicas que causam perda progressiva mais comuns são aquelas autossômicas dominantes. As heranças autossômicas recessivas geralmente causam perdas auditivas detectadas logo ao nascimento, porém algumas dessas mutações, como do gene GJB2, também podem causar perdas progressivas.

Algumas das síndromes genéticas mais frequentes associadas a perda auditiva são: síndrome de Waardenburg, CHARGE, VACTERL, síndrome Branquio-oto-renal, síndrome de Pendred, síndrome de Usher, síndrome de Jervell e Lange-Nielsen, síndrome de Alport.

A causa infecciosa neonatal mais comumente associada a perda auditiva progressiva é a citomegalovirose, que apesar, de pouco diagnosticada precocemente, tem tratamento antiviral que pode alterar a evolução da doença.

A doença autoimune da orelha interna é mais rara e de difícil diagnóstico, porém, é uma condição importante de ser aventada por ser passível de tratamento. Portanto, as crianças devem ser periodicamente avaliadas quanto ao desenvolvimento e audição, para que esses diagnósticos sejam precoces.