A otite externa aguda é uma inflamação do conduto auditivo externo que pode atingir também o pavilhão auricular e a membrana timpânica e que geralmente tem início agudo.

Também conhecida como ouvido do nadador, é mais frequente no verão.
Está associada a banhos de mar, piscina, ou ainda à manipulação do conduto auditivo. Geralmente começa com coceira no ouvido causado por trauma local (instrumentação por cotonetes e unhas). Também pode ser decorrente da umidade, que remove a camada lipídica de proteção e permite a entrada de bactérias.

Os sintomas principais são a dor (70%), o prurido (60%), e a plenitude auricular ou “sensação de ouvido tampado (22%) A dor à palpação do pavilhão auricular, comumente bastante intensa, faz o diagnóstico diferencial com a otite média aguda.

Em geral, pode ser classificada em três estágios, sendo eles o pré-inflamatório, o inflamatório agudo (com as formas leve, moderada e grave) e o inflamatório crônico. No estágio pré-inflamatório a camada lipídica que cobre a pele é retirada pela umidade ou trauma local. No estágio inflamatório leve aparecem hiperemia e edema da pele do CAE com otorreia clara, inodora e discreta dor no trago. Na fase moderada o paciente reclama de dor e prurido mais intensos, além do lúmen do CAE diminuir pelo edema e retenção de otorreia seropurulenta. Na fase grave o CAE fica completamente obstruído e drena secreção cinza-esverdeada e descamação de debris, a pele se torna edematosa, há edema periauricular pronunciado e adenopatia. O paciente queixa-se de otalgia intensa, especialmente após mastigação e manipulação do trago. A fase da otite externa crônica é caracterizada por prurido de maior duração associado a um CAE com pele atrófica.

A bactéria mais frequentemente isolada foi a Pseudomonas aeruginosa (38%), seguida do Staphylococcus epidermidis (9,1%), Staphylococcus aureus (7,8%).

O tratamento da otite externa costuma ser feito com analgésico para aliviar a dor e antibiótico tópico em gotas, por se tratar de uma infecção localizada no canal auditivo externo.

A limpeza do CAE em consultório otorrinolaringológico é uma medida importante para que a medicação tópica entre em contato com os tecidos infeccionados. Durante o tratamento devem ser evitados banhos de mar ou piscina.

Algumas medidas para evitar as otites externas são remover o cerume obstrutivo, usar protetores auriculares ao nadar e evitar trauma no conduto auditivo.

Bibliografia:
Tratado de Otorrinolaringologia. 12 Afecções da Orelha Externa | Shirley Shizue Nagata Pignatari, Wilma Terezinha Anselmo-Lima, 3. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.